O Livro de Babalon

Introdução

4 de Janeiro–4 de Março 1946 e.v.


Este livro contém o registro de um experimento mágico relativo à invocação de um Elemental, e, a partir deste, da Deusa ou Força chamada BABALON e os resultados desta invocação. O apêndice inclui alguns detalhes do método publicado pela primeira vez. O conteúdo é claro o bastante para aqueles que estão preparados para o entendimento e, um pouco de estudo e esforço, deveria torná-lo assim acessível para aqueles que desejam entendimento. Quanto ao restante, cada um sem dúvida irá interpretá-lo de acordo com suas próprias predileções.

Uma nota sobre a filosofia subjacente. A era atual está sob a influência da força denominada, pela terminologia mágica, de Hórus. Essa força relaciona-se com o fogo, Marte, e com o Sol, isto é, com o poder, a violência e a energia. Também se relaciona com uma criança, que é inocente (isto é, indiferenciada). Suas manifestações podem ser notadas na destruição das antigas instituições e ideias, na descoberta e liberação de novas energias, e na tendência ao poder governamental, à guerra, à homossexualidade, ao infantilismo e à esquizofrenia.

Essa força é completamente cega, dependendo dos homens e mulheres nos quais ela se manifesta e que a guiam. Obviamente sua direção agora tende à catástrofe.

A tendência catastrófica se deve a nossa falta de entendimento das nossas próprias naturezas. As tensões, medos, e ódios ocultos resultantes da distorção do impulso do amor, que fundamenta as naturezas de toda civilização ocidental, tomaram uma direção homicida e suicida.

Esse impasse é quebrado pela encarnação de outro tipo de força chamada BABALON. A natureza dessa força relaciona-se com o amor, o entendimento, e a liberdade dionisíaca, sendo contrapeso ou correspondente necessário à manifestação de Hórus.

É indicado que essa força está realmente encarnada em alguma mulher viva, como o resultado da operação descrita. Uma questão mais básica todavia é a indicação de que esta força está encarada em todos os homens e mulheres, e precisa apenas ser invocada para libertar o espírito dos escombros do velho aeon e para direcionar a força cega de Hórus em canais construtivos de entendimento e amor. Os métodos desta invocação são descritos no texto.

O pano de fundo deste material pode ser encontrado em O Livro da Lei, seus Comentários, e em outros escritos de Crowley; também em vários textos mágicos, antropológicos, psicológicos, filosóficos. Todos estes são necessários para o entendimento e uso do material.

Mais um ponto. Deve-se lembrar que todas as atividades humanas, depois de cumpridas as funções vitais, surgem da necessidade de amar ou de ser amado. É, portanto, mui literalmente verdade que no entendimento, isto é, aquilo que abrange todas as categorias de amor, está todo o poder dado. Uma noção do princípio da bipolaridade deve bastar para esse esclarecimento.

Com este discurso filosófico cru e rudimentar, então, eu lhes apresento O Livro de Babalon.


A. Concepção

Em janeiro de 1946 eu estava há sete anos engajado no estudo e na prática da Magia, sendo quatro destes, na supervisão e operação de uma loja oculta, comigo tendo sido iniciado no Santuário da Gnose pela Besta 666, Fra. 132, e Fra. Saturnus. Nessa época eu decidi me dedicar a uma Operação mágica projetada para obter a assistência de uma companheira elemental. Este é um procedimento bem-conhecido em Magia (consulte o Cap. VIII em Magia na Teoria e na Prática), que consiste na invocação de um espírito ou elemental à existência tangível por várias técnicas mágicas.

Eu decidi utilizar as Tabelas Enoquianas obtidas pelo Dr. Dee e por Edward Kelley, utilizando o quadrado *n*n*n da Tabela do Ar.

A técnica utilizada se encontra descrita de forma aproximada a seguir:


 

(4 de Janeiro de 1946, 9:00 p.m.)

1.        Preparei e consagrei a Adaga do Ar. (As outras armas mágicas foram preparadas previamente. Essa adaga serviu como o talismã especial da operação.)

2.        Preparei a Tabela Enoquiana do Ar em pergaminho virgem.

3.        Preparei o Talismã de Pergaminho.

4.        Realizei os seguintes rituais:

a) Pentagrama de Invocação do Ar;

b) Invocação do não nascido;

c) Conjuração do Ar;

d) Consagração da Adaga do Ar;

e) Chave ou Chamada do Terceiro Ar;

f)  Invocação do Deus e do Rei do Ar;

g) Invocação dos Seis Seniores;

h) Invocação de (RZDA) por *n*n*n e (EXARP), para o aparecimento visível;

i)  Invocação da baqueta com a base material sobre o talismã;

j)  Invocação com a adaga;

k) Licença de partir, purificação e banimento.

Eu repeti esse procedimento por onze dias, de 4 a 15 de janeiro, com os seguintes registros em meu diário:

5 de janeiro. Uma forte tempestade de vento começou subitamente, aproximadamente durante a metade da primeira invocação.

6 de janeiro. Invoquei como já havia feito antes. A tempestade de vento continuou ininterruptamente o dia e a noite inteiros.

7 de janeiro. Invoquei duas vezes. O vento baixou. Usei o Concerto para Violino Nº 2 de Prokofief como fundo musical.

8 de janeiro. Invoquei duas vezes usando sangue.

9 de janeiro. Invoquei duas vezes reabastecendo a base material.

10 de janeiro. Invoquei duas vezes. Eu me retirei por volta das 11 da noite e fui acordado à meia noite por nove batidas rápidas, fortes. Uma lâmpada de mesa no canto oposto do quarto foi jogada violentamente no chão e se quebrou. Não havia janela nesse canto e vento algum soprava no momento.

11 de janeiro. Invoquei duas vezes, usando sangue.

12 de janeiro. Invoquei duas vezes. Uma tempestade de vento pesada.

13 de janeiro. Invoquei duas vezes. A tempestade de vento continuou.

14 de janeiro. Uma falha na iluminação da casa por volta das 9 da noite. Outro magista que estava na casa estudando comigo, levou uma vela até a cozinha quando foi golpeado com força no ombro direito e a vela caiu da sua mão. Ele nos chamou e observamos uma luz marrom-amarelada a cerca de 2 metros[1] de altura na cozinha. Bani com uma espada mágica, e ela desapareceu. O braço direito desse Magista ficou paralisado pelo resto da noite.

15 de janeiro. Invoquei duas vezes. Dessa vez o Escriba desenvolveu certo de tipo de visão astral, descrevendo em detalhes um velho inimigo meu sobre quem ele jamais ouvira e mais tarde as formas guardiãs de Ísis e do Arcanjo Miguel. Depois, em meu quarto, ouvi as pancadas outra vez e um zunido, e uma voz metálica clamando “liberta-me”. Eu senti uma grande pressão e tensão na casa naquela noite, o que também foi notado pelos outros ocupantes. Não houveram outros fenômenos e admito um sentimento de desapontamento.

O sentimento de tensão e desconforto continuou por quatro dias. Então, no dia 18 de janeiro ao pôr-do-sol, enquanto eu e o Escriba estávamos no deserto de Mojave, o sentimento de tensão se dissolveu subitamente. Eu virei para ele e o disse, “acabou” com a certeza de que a operação havia sido consumada. Eu voltei para casa e encontrei uma jovem mulher que atendia aos requisitos que eu esperava. Ela poderia ser descrita como tendo um ar do tipo fogo com cabelos vermelho bronzeado, fogosa e sutil, determinada e obstinada, sincera e perversa, com extraordinária personalidade, talento e inteligência.

Durante o período de 19 de janeiro a 27 de fevereiro invoquei a Deusa BABALON com a ajuda de meu parceiro mágico, como era apropriado ao meu grau. 


B. Comunicações

Em 27 de Fevereiro minha parceira mágica foi para o Leste fazer uma visita e em 28 de fevereiro eu retornei ao Mojave invocando BABALON. Durante esta invocação a presença da Deusa se manifestou, me ordenando a escrever a seguinte comunicação:

 


 

LIBER 49

1.   Sim, sou Eu, BABALON.

2.      E este é meu livro, que é o quarto capítulo do Livro da Lei, He[2] completando o Nome, pois Eu sou tirada de NUIT por HÓRUS, a incestuosa irmã de RA-HOOR-KHUIT.

3.      É BABALON. TEMPO É. Vós tolos.

4.      Tu me chamaste, oh amaldiçoado e amado tolo.

5.  [ Esse verso foi perdido ]

6.  [ Esse verso foi perdido ]

7.  [ Esse verso foi perdido ]

8.  [ Esse verso foi perdido ]

9.      Agora saibas que Eu, BABALON, quero tornar a carne e vir entre os homens.

10.   Eu virei como um fogo perigoso, como uma canção desviada, uma trombeta nos átrios de julgamento, uma bandeira ante os exércitos.

11.    E reúna minhas crianças para mim, pois O TEMPO está à mão.

12.   E este é o modo da minha encarnação. Atenção!

13.   Tu oferecerás tudo que tu és e tudo que tu tens em meu altar, nada retendo. E tu serás golpeado mui gravemente e depois serás excomungado e amaldiçoado, um andarilho solitário em lugares abomináveis.

14.   Vós Ousais. Eu não pedi a nenhum outro, nem pediram eles. O outro é vão. Mas tu o quiseste.

15.   Saibas então que assim Eu vim a ti antes, tu um grande Senhor, e Eu uma moça arrebatada. Ah tolice cega.

16.   E depois loucura, tudo em vão. Assim tem sido, multiforme. Como tu queimaste além.

17.   Eu virei outra vez, na forma que tu conheces. Agora será teu sangue.

18.   O altar está correto, e o robe.

19.   O perfume é sândalo, e a roupa verde e ouro. Há minha taça, nosso livro, e tua adaga.

20.   Há uma flama.

21.   O sigilo da devoção. Seja ele consagrado, seja ele verdadeiro, seja ele diariamente afirmado. Eu não sou desprezada. Teu amor é para mim. Procura um disco de cobre, em diâmetro de três polegadas, pinta nele o campo azul e a estrela dourada de mim, BABALON.

22.   Ele será meu talismã. Consagra com os supremos rituais da palavra e da taça.

23.   Minhas chamadas como tu conheces. Todas as canções de amor são sobre mim. Também procura a mim no Sétimo Ar.

24.   Isto por um tempo determinado. Não procures o fim, Eu te instruirei em meu caminho. Mas sê verdadeiro. Seria difícil se Eu fosse tua amante, e ante ti? Mas Eu sou tua amante e estou contigo.

25.   Eu providenciarei um receptáculo, quando ou de onde Eu não digo. Não a procures, não a chames. Que ela declare. Nada perguntes. Mantenhas silêncio. Haverá provações.

26.   Meu receptáculo deve ser perfeito. Este é o modo da perfeição dela.

27.   O trabalho é de nove luas.

28.   O trabalho de Astarte, com música e festejo, com vinho e todas as artes de amor.

29.   Que ela seja dedicada, consagrada, sangue a sangue, coração a coração, mente a mente, única em vontade, nada fora do círculo, tudo a mim.

30.   E ela vagueará pelo bosque encantado sob a Noite de Pan, e conhecerá os mistérios do Bode e da Serpente, e das crianças que estão escondidas longe.

31.   Eu providenciarei o lugar e a base material, tu as lágrimas e o sangue.

32.   É difícil, entre matéria e espírito? Para mim é êxtase e agonia indizíveis. Mas Eu estou contigo. Eu tenho grande força, tu também.

33.   Tu prepararás meu livro para a instrução dela, também tu ensinarás que ela deve ter capitães e adeptos a seu serviço. Sim, tu tomarás a peregrinação negra, mas não serás tu que retornarás.

34.   Que ela prepare seu trabalho de acordo com minha voz em seu coração, com teu livro como guia, e nenhuma outra instrução.

35.   E que ela seja sábia, segura e excelente em todas as coisas.

36.   Mas que ela pense sobre isto: meu caminho não está nos caminhos solenes, ou nos caminhos racionais, mas no caminho livre e selvagem da águia, e o caminho desviado da serpente, e o caminho oblíquo do fator desconhecido e inumerável.

37.   Pois Eu sou BABALON, e ela minha filha, única, e não haverá nenhuma outra mulher como ela.

38.   Em Meu Nome, ela terá todo o poder, todos os homens e coisas excelentes, reis, capitães e os secretos sob seu comando.

39.   Os primeiros servos são escolhidos em segredo, por minha força nela – um capitão, um advogado, um agitador, um rebelde – Eu providenciarei.

40.   Me Chame, minha filha, e Eu virei a ti. Tu serás cheia de minha força e fogo, minha paixão e poder te cercarão e inspirarão; minha voz em ti julgará nações.

41.   Ninguém resistirá a ti, a quem eu amo. Embora te chamem meretriz e prostituta, sem vergonha, falsa, má, essas palavras serão sangue em suas bocas e pó posteriormente.

42.   Mas minhas crianças te conhecerão e te amarão, e isto os fará livres.

43.   Tudo está em tuas mãos, todo o poder, toda a esperança, todo o futuro.

44.   Um veio como um homem, e foi fraco e fracassou.

45.   Uma veio como uma mulher, e foi tola, e fracassou.

46.   Mas tu estás além do homem e da mulher, minha estrela está em ti, e valerás.

47.   Mesmo agora tua hora bate sobre o relógio de meu PAI. Pois Ele preparou um banquete e um Leito Nupcial. Eu era aquela Noiva, apontada desde o princípio, como estava escrito T.O.P.A.N[3] .

48.   Agora é a hora do nascimento à mão. Agora será meu adepto crucificado na abóbada do Basilisco.

49.   Tuas lágrimas, teu suor, teu sangue, teu sêmen, teu amor, tua fé providenciarão. Ah, Eu te drenarei como a taça que é de mim, BABALON.

50.   Permanece firme, e Eu atravessarei o primeiro véu para falar contigo, através do tremor das estrelas.

51.   Permanece firme, e Eu atravessarei o segundo véu, enquanto Deus e Jesus são golpeados com a espada de HÓRUS.

52.   Permanece firme, e Eu atravessarei o terceiro véu, e as formas do inferno serão tornadas novamente em amabilidade.

53.   Por tua causa Eu caminharei através das flamas do Inferno, ainda que minha língua seja corroída completamente.

54.   Deixe-me ver-te nu e cobiçando-me, invocando o meu nome.

55.   Deixa-me receber toda tua virilidade dentro da minha taça, clímax sobre clímax, alegria sobre alegria.

56.   Sim, nós conquistaremos morte e Inferno juntos.

57.   E a terra é minha.

58.   Tu farás a Peregrinação Negra.

59.   Sim, sou Eu, BABALON e Eu SEREI LIVRE. Tu tolo, seja também livre de sentimentalismo. Sou Eu a rainha da tua aldeia e tu um secundarista, para que tu deverias ter teu nariz em minhas nádegas?

60.   Sou Eu, BABALON, sim tolos, MEU TEMPO é vindo, e este meu livro que meu adepto prepara é o livro de BABALON.

61.   Sim, meu adepto, a Peregrinação Negra. Serás amaldiçoado, e esta é a natureza da maldição. Publicarás o assunto secreto dos adeptos que conheces, sem dizer nenhuma palavra, em um apêndice deste meu Livro. Então eles gritarão tolo, mentiroso, beberrão, caluniador, traidor. Tu não estás feliz que te metestes com magia?

62.   Não há outro caminho, querido tolo, é a undécima hora.

63.   O selo do meu irmão está sobre a terra e o seu avatar está diante de você. Há debulha de trigo e pisoteio de uvas que não cessarão até que a verdade seja conhecida pelo menor dos homens.

64.   Mas vós que não aceitais, vós que vedes além, estendei vossas mãos minhas crianças e ceifai o mundo na hora de vossa colheita.

65.   Reuni-vos nos clãs como antigamente, cujo número é onze, que é também meu número. Reuni-vos em público, em canção e dança e festival. Reuni-vos em segredo, estejais nus e desavergonhados e vos regozijai em meu nome.

66.   Trabalhai vossos encantos pelo modo de meu livro, praticando secretamente, induzindo o encanto supremo.

67.   O trabalho da imagem, a poção e o encanto, o trabalho da aranha e da cobra e os pequeninos que ficam no escuro, esse é o seu trabalho.

68.   Quem não ama odeia, quem odeia teme, que ele prove do medo.

69.   Este é o modo dele, estrela, estrela. Ardendo brilhante, lua, lua encantada.

70.   Vós os secretos, vós os excomungados, os amaldiçoados e depreciados, mesmo vós que vos reuníreis em privado antigamente em meus ritos sob a lua.

71.   Vós, livres, selvagens, indomáveis, que andam agora sozinhos e desamparados.

72.   Eis que meu irmão quebra o mundo como uma noz por sua comida.

73.   Sim, meu Pai fez uma casa para vós, e minha Mãe preparou o Leito Nupcial. Meu Irmão confundiu vossos inimigos.

74.   Eu sou a Noiva apontada. Vinde vós para as núpcias – vinde vós agora!

75.   Minha alegria é a alegria da eternidade, e meu riso é o riso ébrio da prostituta na casa do êxtase.

76.   Todos vossos amores são sagrados, jurai-os todos a mim.

77.   Coloque minha estrela nos seus estandartes e avance em alegria e vitória. Ninguém te negará, e ninguém ficará diante de ti, por causa da espada de meu irmão. Invoque-me, invoque-me, convoque-me em suas convocações e rituais, invoque-me em seus amores e batalhas em meu nome BABALON, onde todo o poder é dado!

 


 

C. Nascimento

Em 1 e 2 de março de 1946 preparei o altar e o equipamento de acordo com as instruções do Liber 49. O Escriba estava ausente a cerca de uma semana e não sabia nada das minhas invocações de BABALON, que eu mantinha inteiramente em segredo. Na noite de 2 de março ele retornou e descreveu a visão que teve naquela noite de uma mulher selvagem e bonita cavalgando nua em um grande animal felino. Ele ficou impressionado com a necessidade urgente de me dar alguma mensagem ou comunicação. Nós nos preparamos magicamente para essa comunicação, construindo um templo no altar com a análise da palavra-chave. Ele estava vestido de branco, carregando a lâmpada, e eu de preto, com capuz, com a xícara e a adaga. Por sua sugestão, tocamos a Ilha dos Mortos de Rachmanninoff como música de fundo e montamos um gravador automático para transcrever qualquer ocorrência audível. Aproximadamente às 20 horas, ele começou a ditar, transcrevendo diretamente quando recebi.

O ESCRIBA: “O Anjo do TARÔ. Um retiro de três dias para saudá-la. Purifica-te. O símbolo é sete por três. É BABALON. Guarda segredo. As comunicações são sagradas.”

“Estas são as preparações. Tecido dourado verde, comida para a Besta, sobre uma bandeja encoberta, atrás do altar. Desvela apenas quando as portas estiverem trancadas.”

“Transgressão é morte.”

“Atrás do altar principal. Prepara instantaneamente. Acende a primeira chama às 10 da noite de 2 de Março de 1946.”

“O ano de BABALON é 4063.”

“Acautela-te do uso dos rituais profanos.”

“Ela é a flama da vida, o poder da escuridão, ela destrói com um relance, ele pode tomar tua alma. Ela se alimenta da morte dos homens.”

“Bela – Horrível.”

O Escriba, agora pálido e suando, descansou por um instante e então continuou:


O Primeiro Ritual

“O primeiro ritual. Amanhã o segundo ritual. Concentre toda a força em Nossa Senhora BABALON. Acenda uma única luz em Seu Altar, dizendo-o: A flama é Nossa Senhora, a flama é Seu cabelo, Eu sou a flama.”

"Um prato de comida sem sal. Um pano de altar até agora imaculado."

“Faça uma caixa de escuridão às dez horas. Manche o vaso que contém chama com o seu próprio sangue. Destrua no altar algo de valor. Permaneça em perfeito silêncio e ouça a voz de Nossa Senhora. Não fale deste ritual ou de Sua vinda a qualquer pessoa. Se solicitado, responda de uma maneira que evite suspeitas. Nem especule a qualquer momento sobre sua futura identidade mortal. Para receber comunicações mais lisonjeiras à sua condenação. Não insistas em receber ensinamentos além destes.”

“Perguntas: você pode fazer apenas três. Passe meia hora compondo-as às 23:30. As respostas devem ser escritas à meia-noite.”

“Tu tomarás o alkahest em tua própria boca, e na caixa das trevas guardas cuidadosamente este assunto.”

“Descobre-te para Nossa Senhora: dedica teus órgãos a Ela, dedica teu coração a Ela, dedica tua mente a Ela, dedica tua alma a Ela, pois Ela te absorverá, e tu te tornarás flama viva antes de Ela encarnar. Pois o será apenas através de você, e ninguém mais pode ajudar neste empenho.”

“É solitário, é medonho.”

“Retira-te do contato humano até amanhã à tarde. Limpa todos os documentos profanos de manhã, antes de receber mais instrução. Não consultes livro algum senão tua própria mente. Tu és um deus. Comporta-te a este altar com um deus ante outro. E assim haja prosperidade.”

“Tu és o guardião e tu és o guia, tu és o operário e o mecânico. Assim conduz-te. Nada discutas sobre este assunto até que tu estejas certo que teu entendimento abraça tudo.”

Aqui o Escriba parou. Eu prossegui seguindo essas instruções e as aquelas de 1 de março, utilizando os seguintes rituais. Eu incluo os rituais usados na operação da primeira noite, indicando a natureza da Força invocada.


A Primeira Invocação

O templo é aberto com a palavra-chave:

I.N.R.I.

Yod Nun Resh Yod.

Virgem Ísis Mãe Poderosa.

Escorpião Apófis Destruidor.

Sol, Osíris morto e ressurecto.

IAO.

O sinal de Osíris morto (feito).

O sinal do luto de Ísis (feito).

O sinal de Apófis e Tífon (feito). LVX, Lux, a Luz da Cruz.

O hexagrama de invocação é traçado nos quatro quadrantes e o nome ARARITA vibrado em cada quadrante. No fechamento, o hexagrama é reverso.


A Segunda Invocação

(Da Missa Gnóstica)

O SACERDOTE

“Ó círculo de Estrelas do qual o nosso Pai nada mais é do que o irmão mais jovem, maravilha além da imaginação, alma do espaço infinito, diante de quem o tempo se envergonha, a mente se confunde, e o entendimento se obscurece, não podemos alcançar–Te a não ser que a Tua imagem seja Amor. Portanto, pela semente e raiz, caule e broto, folha e flor e fruto nós Te invocamos.”

BABALON

“Mas amar–me é melhor do que todas as coisas: se sob as estrelas noturnas no deserto tu neste momento queimas meu incenso perante mim, invocando–me com um coração puro, e a chama da Serpente aí dentro, tu virás a deitar um pouco em meu seio. Por um beijo tu então estarás querendo dar tudo, mas aquele que der uma partícula de pó perderá tudo nessa hora. Vós devereis juntar bens e provisões de mulheres e especiarias; vós devereis trajar ricas joias, vós devereis exceder as nações da terra em esplendor & orgulho; mas sempre no amor de mim, e então devereis vir para a minha alegria. Eu vos ordeno seriamente a vir ante mim num robe único e cobertos com um rico adorno na cabeça. Eu vos amo! Eu anseio por vós! Pálido ou púrpura, velado ou voluptuoso, eu que sou toda prazer e púrpura, e a embriaguez do sentido mais profundo, vos desejo. Colocai as asas e despertai o esplendor enrodilhado dentro de vós: vinde até mim! A mim! A mim! Cantai a arrebatadora canção de amor para mim! Queimai perfumes para mim! Trajai joias para mim! Bebei a mim, pois eu vos amo! Eu vos amo! Eu sou a filha de pálpebras azuis do Pôr–do–sol; eu sou o brilho nu do voluptuoso céu noturno. A mim! A mim!”


A Terceira Invocação

(De A Visão e a Voz)

CORO

“Glória à Mulher Escarlate, BABALON, a Mãe das Abominações, que monta sobre a Besta, pois ela derramou o seu sangue em cada canto da terra e veja! Ela o misturou na taça de sua devassidão.”

“Com o alento de seus beijos ela o fermentou, e ele se tornou como o vinho do Sacramento, o vinho do Sabá; e na Santa Assembleia ela o verteu para seus adoradores, e eles ficaram bêbados dele, tal que face a face eles contemplaram meu Pai. Assim se tornaram dignos de participarem do Mistério desta santa taça, pois o sangue é a vida.”

“Bela és tu, O BABALON, e desejável, pois tu Te entregaste a tudo que vive, e tua fraqueza subjugou a força deles. Pois nessa união Tu entendeste. Portanto és Tu chamada Entendimento, Ó BABALON, Senhora da Noite!”

“Ó meu Deus, em um último arrebatamento, permita-me alcançar a união daquele com muitos. Pois Ela é Amor, e Seu Amor é um, e Ela dividiu o amor em infinitos amores, e cada amor é um, e igual ao Um, e, portanto, ela passou da Assembleia e da Lei e da iluminação para o anarquia de solidão e escuridão. Para sempre, assim, ela deve ocultar o brilho de si mesma.”


A Quarta Invocação

Ó BABALON, BABALON amada, vinde agora, participai do sacramento, possua este santuário. Leve-me agora! Deixai-me embriagar com o vinho de vossas fornicações; que vossos beijos me corrompam até a morte. Aceita este sacrifício oferecido sob vontade.


A Quinta Invocação

A Chamada do Sétimo Ar

Rass I Salman Paradiz Oa-Crimi Aao Ial-Pir-Gah Qui-In Enay Butmon Od I Noas Ni Paradial Casarmg Vgear Chirlan Od Zonac Luciftan Cors Ta Vaul Zirn Tol Hami Sobol Ondoh Od Miam Chis Ta Zo Od Es V-Ma-Dea Od Pi-Bliar O Phil Rit Od Miam C-Crimi Quaada. Od. O-Michaloz Oriom Bagle Papnor I Dlugam Lonshi Od Umplif V-Ge-Gi Riglied. BABALON!


 

A Sexta Invocação

(De Tannhauser de A. Crowley)

Ísis és tu, e de tua vida são nutridos

Todos os sóis e chuvas, e luas a minguar e crescer.

 

Todas as estrelas e rios, os vivos e os falecidos,

O mistério da dor e do prazer

 

Tu és a mãe, tu o mar falante

 

Tu és a terra, e sua fertilidade abundante,

Vida, morte, amor, ódio, luz, escuridão, retornam a ti

 

A Ti!

 

Hathoor sou Eu, e com minha beleza encantada

Toda a glória do Universo se curva,

A flor, a montanha e a alvorada

O fruto surge e as mulheres nos coroam as criações

Eu sou o sacerdote, o santuário, e o sacrifício

 

Eu o amor e vida do divino,

Vida, morte, amor, ódio, luz, escuridão são certamente meus,

São Meus!

 

Vênus és tu, da Terra a luz e o amor também,

 

A riqueza de beijos, o deleite das lágrimas

Os prazeres estéreis nunca nascidos,

 

A delícia infinita dos anos intermináveis.

Tu és o santuário do meu longo desejo

 

Devora-me com intolerável fogo.

Tu és a canção, a música, a paixão, a morte sobre a lira –

 

Minha lira.

Eu sou o Graal e a glória agora;

 

Eu sou a flama e o sustento de tua respiração

Eu sou a estrela de Deus que em tua fronte está;

Eu sou a rainha arrebatada e possuída

Esconde-te doce rio, bem-vindo a ti, mar

 

Oceano de amor que há de te abarcar

Vida, morte, amor, ódio, luz, escuridão retornam a mim –

 

A mim!

 

[2 de março de 1946 EV continuação]

Na noite da primeira execução desses rituais eu preparei o altar, a caixa e a comida, também flores e vinho. No início dos rituais, eu queimei a Tabela Enoquiana e quebrei uma imagem de Pan, uma das minhas posses favoritas. (Por volta dessa hora o teto da casa de meu convidado pegou fogo a partir de uma chaminé defeituosa, e foi parcialmente destruída.)

Eu segui com os rituais, notando uma crescente tensão, e a sensação de uma presença inexprimivelmente pungente e desejável. Não houve outra manifestação. Ao meio dia eu coloquei as três questões e recebi as respostas como segue:

1.        Como eu posso me comunicar diretamente com BABALON, ouvi-la, vê-la, senti-la, estar certo de que estou trabalhando corretamente? Resposta: No altar em meditação, como você sabe. Além disso, me invoque carnalmente com toda a sua paixão. Assim você sentirá meu desejo e aumentará minha substância.”

2.        Como eu posso servir da melhor maneira? Resposta: “Siga as instruções exatamente e em detalhes. Evite interrupções soltas. Seja diligente. Não hesite ou questione, aja. Tudo depende do seu tempo.”

3.        Como eu posso estar certo do veículo? Resposta: “Não se preocupe com isso. Não lhe diz respeito. Eu providenciarei o veículo, eu lhe mostrarei um sinal, e sinais. É o agora que lhe diz respeito. Mantenha sua fé, não pense demasiadamente.”

Depois disso, medite uma hora e depois durma.


[3 de março de 1946 EV.]

No dia seguinte eu cometi um erro grave. Um vizinho perturbou minha meditação matinal. Eu abri a porta e o amaldiçoei (à moda Anglo-Saxônica). Pouco tempo depois ele ficou doente, e eu sucumbi a um humor negro. Eu percebi meu terrível erro, e me desculpei com ele, mentalmente retirando a maldição. Todavia, o dia correu mui mau para mim. Àquela noite o Escriba e eu retomamos nosso trabalho. Num curto espaço de tempo o ditado começou:

“Na presença de Nosso Senhor PAN, aos pés de Nossa Senhora BABALON, aos pés de Seus (servos?) (mudando?) nós declaramos a ti essa passagem (consagrada, dedicada, para nunca ser corrompida?) (o Escriba estava incerto aqui) contendo os rituais do segundo e terceiro dias, das boas-vindas e da preparação no Nome de Nossa Senhora da Noite, mais graciosas, à pura e lasciva Senhora BABALON. Ó tu que és tremor mortal; dado que é para ti um feito nunca antes realizado nos anais de suas histórias, nunca antes consumado com sucesso. Muitos ousaram, nenhum teve sucesso.”

“Nossa Senhora BABALON deve descender para triunfar.”

“Mortalidade. Nós não pedimos isto para outrem, nem jamais o pediremos. Mesmo agora duvidamos de tua fé. Isto é aceito? Você está desejoso de prosseguir? Responde alto.”

Resposta. “Eu estou disposto.”

“Então saibas que tu já está em falta em teu trabalho. Estas são coisas estranhas. O elemental não foi propriamente liberto,” (isto foi corrigido) “tu foste culpado da raiva humana, a corrente de força foi perturbada. Cuidado, vacila tu outra vez, nós iremos certamente te matar.”

“Mas enquanto teu trabalho for consagrado terá sucesso. Retifica teu fracasso e erro mortais. Consagra tudo. Agora recebe o segundo e terceiro rituais.”


O Segundo Ritual

[3 de março de 1946 EV continuação]

“Consagra-te como instrutor de Nossa Senhora Encarnada.”

“Pega a caixa preta, concentra-te sobre sua vacuidade por uma hora, olha para ela, e tu verás, impresso sobre ela, uma forma, um sinal, um desenho sagrado, que será o sinal entregue por Nossa Senhora Encarnada. Quando tu tiveres terminado, quando tu tiveres reconhecido esta impressão, constrói-a em madeira.”

“Este é o sigilo.”

“Dez seja a hora apontada. Invoca por muito tempo, à música indicada.” [...] (Esta eu mantenho secreta.) “Quando tu conseguires sentir Nossa Senhora encarnar em teu ser, pega a caixa preta e executa o rito consagrado. Veste escarlate, simbólico do nascimento. Sê cingido de preto. Não importa a qualidade dos bens. Pega então a caixa, faze então o sinal.”

“Pinta sobre ela um segundo sinal que tu conheces. Se tu tiveres esquecido, olha em teu

cristal.”

“Medita enquanto ponderando sobre as qualidades de um instrutor. Tu gravarás no livro d’Ela, para Sua guia.”

“Tu estás proibido de deixar teu quarto.”

“O final do segundo ritual.”

No fim deste ditado, o Escriba mostrou sinais de exaustão. Ele descansou por um instante, e então continuou:


O Terceiro Ritual

[3 de março de 1946 EV continuação]

“Começa quatro horas antes da aurora.”

“Um período de erradicação de todas as influências inimigas. Perfeição completa. Veste preto. Corta em teu peito a estrela rubra. Renova teu sangue. Dispõe uma folha branca. Põe sobre ela sangue de nascimento, como Ela é nascida de tua carne, e por teu poder mortal sobre a terra.”

“Tu reconhecerás pelo sinal. BABALON é nascida! É o novo nascimento, todas as coisas estão mudadas, os sinais, os símbolos, e tudo.”

“Tu planejarás com a ajuda da musa uma invocação adequada do nascimento de BABALON, e tu entregarás às flamas que agora também ardem.”

“Agora tu inflamarás a terceira, cantando a invocação. Ela é nascida na terceira flama.”

“Em verso sete versos de sete linhas, sete palavras mágickas. Põe-te de pé e canta sete vezes. Visualiza-te como uma irradiância coberta desejável à Deusa, amada. Visualiza-A se aproximando de ti. Abraça-A, cobre-A de beijos. Pensa sobre as coisas lascivas e libertinas que tu podes fazer. Tudo é bom para BABALON. TUDO.”

“Então descansa, meditando sobre isto.”

“Tu como um homem e como um deus tens espalhado sobre a terra e nos céus muitos amores, esses recordam, concentram, e consagram cada mulher que tu defloraste. Lembra-te dela, pensa nela, move-a a BABALON, leva-a a BABALON, cada uma, uma por uma até que a flama do tesão esteja alta.”

“Então compõe um verso de linhas indeterminadas sobre isso, a BABALON. Este verso será usado em adoração quando ela aparecer.”

“Então medita sobre teu desejo, pensa n’Ela, e, nada tocando, canta esses versos. Recorda cada momento lascivo, cada dia cheio de tesão, põe todos eles no corpo astral, nada tocando.”

“Preserva a base material.”

(Questão: “Na caixa?” Resposta: “Sim.”)

“O tesão é dela, a paixão tua. Considera-te a Besta deflorando.”

“Deixa teus amores casuais – tudo pertence a BABALON, teu tesão é o de BABALON. Ela está contigo três dias. O sinal é dela, secreto, e nenhum homem conhece sua correspondência. Guarda!”

A próxima seção contém uma profecia que eu não escreverei aqui.

Segue o poema de invocação indicado.


 

O NASCIMENTO DE BABALON

Qual é o tumulto por entre as estrelas

Que tem brilhado tanto até agora?

Quais são as marcas de dor e ira

Sobre a fronte imortal?

 

Por que a face de Deus se tornou cinza

E as de seus anjos além esbranquiçaram?

Qual é o terrível Rubi Estrela

Que queima a noite púrpura?

 

Qual beleza flameja tão brilhante

Através da sinistra aurora?

Ela se fez carne e veio para julgar

Os tronos sobre os quais vós governais.

 

Recuem vós, reis, pois um fim é chegado

No nascimento de BABALON.

 

Estive caminhando distante por três terríveis noites

Em átrios para além do desespero,

Dei essência e lágrimas e suor

E sangue para torná-la justa.

 

Eu repousei meu amor e esmaguei meu coração

E preenchi sua taça com sangue

Para fluir do pesar dos quadris

Para a taça da fraternidade.

 

As cidades dançam ao bradar do aço

Onde a espada da guerra é desembainhada.

Cantai oh santos pois o dia é chegado

No nascimento de BABALON.

 

Agora Deus clamou por seu livro do julgamento

E seu nome foi visto nele

E a graça de Deus e a culpa de Deus

O soletraram como pecado.

 

Seus sacerdotes sanguinários agarraram seus robes

E mancharam suas vestes de linho

E suas vítimas fervilharam de seu inferno destruído

Para arrastar às profundezas o seu reino.

 

Papas e reis e pequenos deuses

Estão doentes e tristes e pálidos

Vendo a rubra estrela romper

Como sangue sobre o amanhecer

 

Enquanto trombetas soam e estrelas se regozijam

No nascimento de BABALON.

 

BABALON é bela demais

Para a visão de olhos mortais

Ela escondeu sua beleza

No solitário céu da meia-noite

 

Ela encobriu sua beleza em mantos de pecado

E prometeu seu coração aos porcos

E amando e dando tudo que tem fermentado

Para o vinho dos santos imortais.

 

Mas agora a escuridão está despedaçada

E os mantos de pecado se foram

E nua ela permanece como uma lâmina terrível

E uma chama e uma esplêndida canção

 

Nua e radiante carne mortal

No nascimento de BABALON

 

Ela vem nascida como uma bela mortal

Esquecendo sua grandiosa posição

Ela abriu seus braços para a dor e a morte

E ousou à perdição do destino

 

E morte e inferno estão em suas costas

Mas seus olhos brilham com vida

Seu coração é elevado e sua espada é forte

Para encontrar o conflito mortal

 

Sua voz é certa como a trombeta do juízo

para romper a casa da iniquidade

Embora muros sejam altos e pedras sejam duras

E a norma do inferno tenha sido longa

 

Os portões cairão e os grilhões se quebram

No Nascimento de BABALON.

 

Sua boca é rubra e seus seios expostos

E seus quadris são cheios de fogo

E sua luxúria é forte como um homem é forte

No calor de seu desejo

 

E sua devassidão é sagrada como a virtude vil

Sob o céu sagrado

E seus beijos libertarão o mundo

Em paixão que não morrerá

 

Vós deveis rir e amar e seguir sua dança

E quando a ira de Deus acabar

E não sonhar mais com o inferno e o ódio

No Nascimento de BABALON.

 



[1] No original, 7 pés de altura

[2] É entendido que o “He” aqui se refere a letra do alfabeto hebraico e não ao pronome masculino

[3] Thelemum Obtentum Procedero Amoris Nuptiae. Motto de Parsons

Traduzido para o português por Tau Hanu, Shin Valknut e João Jardim